Qual a diferença entre Coach e Psicólogo?
Esses profissionais influenciam o comportamento das pessoas, mas o que cada um faz?
Por: Bruna Sarga 23/10/2017 - 16:03 - Atualizado em: 24/10/2017
O psicólogo estuda o comportamento humano e seus processos mentais e emocionais. Este profissional estuda o que motiva o comportamento, quais os processos de construção da pessoa (emoções, percepções, cognições, linguagem, etc) que levam o indivíduo a ter determinadas condutas. Ao entender esses processos, ele obtém maior percepção para solucionar problemas em diferentes níveis do comportamento individual e coletivo.
O coach estimula através de algumas técnicas, o desenvolvimento profissional e social. Ele utiliza ferramentas estratégicas para despertar o potencial das pessoas seja em sua área de atuação seja habilidades de sociabilidade. O coach é responsável por motivar a prática de um hábito ou comportamento adequado para alcançar metas e objetivos pessoais e profissionais.
Como você pode notar, os dois profissionais influenciam o comportamento humano. Os dois possuem metodologias eficazes para identificar bloqueios e crenças limitantes, bem como equilibrar emoções e gerar motivações.
Porém, esses profissionais atuam de forma diferente e portanto, não devem, ser confundidos. Veja agora a diferença entre coach e psicólogo.
Psicologia: a análise do comportamento
O modo como as pessoas agem se origina através de uma série de fatores como, disposição genética, metabolismo, motivações, temperamento, inteligência, meio ambiente, cultura e grupos sociais.
Diante disso, a Psicologia é uma ciência que ajuda o indivíduo a se conhecer através da escuta e observação comportamental. Ao identificar as causas que determinam ações e reações dos individuais em determinadas situações, fica mais fácil para o paciente influenciá-las ou modificá-las.
Coach: estímulo para ação
O processo de coaching estimula uma ação, que através de técnicas específicas de coaching, levam o coachee (assessorado pelo coach) na tomada de decisões importantes em sua vida. De acordo com a especialista em coaching Ana Paula Nunes, o trabalho do coach é “estimular o cliente a analisar o próprio estado atual e até onde ele deseja chegar. Depois criar um plano de ação com data, hora e como formas de execução, um passo a passo para alcançar o que o cliente deseja”.
Técnicas de motivação, organização, aprimoramento das fortalezas, conhecimento das fragilidades e de gerenciamento de tempo, possibilitam aos clientes desenvolver habilidades para enfrentar os desafios aos quais ele está inserido.
A diferença entre Coach e Psicólogo
O coach não faz diagnósticos, ele incentiva e apoia o cliente em seu objetivo que pode ser pessoal ou profissional. Seu trabalho não tem caráter clínico, não lida com traumas nem problemas do passado. O coach não se debruça sobre questões de transtornos psicológicos ou psiquiátricos porque seu compromisso é gerar hábitos saudáveis para encurtar o caminho do objetivo do cliente até o resultado desejado.
Já o psicólogo, além de aumentar o nível de autoconhecimento dos seus pacientes, trabalha nas queixas associadas aos conflitos internos. Ajuda as pessoas a superar ou, ao menos, gerenciar problemas de relacionamento, ansiedade, estresse, medo, depressão entre tantos outros de ordem psíquica- emocional. Seu trabalho busca as origens dos problemas, entendendo suas funções e sempre indaga a forma pelo qual o indivíduo encara suas questões pessoais, com o objetivo primordial de tornar a vida da pessoa a mais confortável possível.
Posso fazer terapia e coaching ao mesmo tempo?
Coaching e psicoterapia podem se complementar. Seja quando uma dificuldade for identificada durante o processo de coaching e o cliente é instruído a procurar um psicoterapeuta, ou quando o processo de coaching é indicado pelo profissional de psicologia para ajudar o paciente a atingir metas objetivas. Para Ana Paula é indicado fazer os dois “é importante fazer terapia para tratar os traumas e desatar os nós. Quem faz terapia tem menos dificuldades para encarar o processo de coaching que instiga o cliente a agir, a sair do lugar” revela.
Porém, quando os problemas psicológicos são mais profundos, Ana Paula revela que a terapia é o mais aconselhável. “Um cliente com depressão aguda, por exemplo, sofre muito nos momentos de auto reflexão que o processo de coaching incita. Ele pode ficar ainda mais deprimido por ter dificuldade e, às vezes, nem conseguir realizar o plano de ação. Nesses casos, o prudente seria fazer a terapia antes de tentar o processo de coaching”